segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O QUE PODE SER FEITO PELOS GOVERNOS PARA ASSEGURAR A LONGEVIDADE.

Renato Farjalla - professor de educação física da Universidade Estácio de Sá, mestre em Educação Física.

A constatação de que a população mundial envelhece conduz a necessidade de novas políticas para este segmento.

Esta constatação deve-se a um conjunto de fatos, destacando: as melhorias nas condições de saneamento básico e de saúde geral, aos avanços da medicina diagnóstica e de promoção da saúde, notadamente a redução das taxas de natalidade e mortalidade, as quais vem contribuíndo para um expressivo aumento da população idosa no mundo.

No Brasil as previsões indicam que em 2025 serão cerca de 15% da população a ser considerada idosa (IBGE 2006). Esta constatação implica em uma grande necessidade de preparo de infra-estrutura, seja urbana, do sistema de saúde e seguridade, além de novos paradigmas a serem trabalhados na educação, (respeito, tolerância, intergeracionalidade).

O Brasil segue o caminho de países do primeiro mundo, redução das taxas de natalidade, aumento da expectativa de vida, acesso aos serviços de saúde e atividades físicas e de lazer, sendo que no caso, o padrão dos países do primeiro mundo ainda demonstra-se extremamente mais desenvolvido, em cerca de 25 % superior em acesso aos bens de consumo e serviço. Historicamente, o sistema de saúde e educação dos países desenvolvidos não oferece tantos problemas quanto os de países emergentes.

O Rio de Janeiro apresenta 14% de sua população idosa, concentra uma das maiores populações de idosos do Brasil. (IBGE 2005)

Para que uma intervenção na área das políticas públicas voltadas ao atendimento do segmento de idosos se torne realidade, faz-se necessário à compreensão das relações em torno dos determinantes e da importância dos cuidados individuais que devem ser informados as demandas.

“O envelhecimento saudável dentro da ótica dos novos tempos passa a ser a resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica” (RAMOS, 2003).

Logo, justifica-se a realização de ações dentro do escopo das políticas públicas a partir da necessidade de proporcionar ao idoso maior autonomia para a realização de suas atividades de vida diária (AVD), contribuíndo para o envelhecimento saudável através da realização de atividades físicas e conseqüentemente acenando para uma significativa redução dos gastos públicos.

O entendimento de que as medidas mais eficientes serão as que se utilizem estratégias preventivas e as atividades, principalmente, ligadas aos exercícios físicos, situa-se em um patamar significativo de eficácia no combate as doenças degenerativas, principais causadoras de mortes. Portanto ao elaborar um planejamento de ação, este deve estabelecer uma visão longitudinal para a área da saúde.(ACSM 2006).

Desenvolver um trabalho sistemático, com a finalidade de melhorar ou normalizar o comportamento biopsicosocial, proporcionando a população de idosos de diversos bairros e das cidades do Rio de Janeiro a melhoria da qualidade de vida, a manutenção de sua autonomia e que estimulem sua participação e reintegração na sociedade são as ações que devem ser desenvolvidas por todas as administrações nos próximos anos.

Ao criarmos marcos importantes para a saúde coletiva no segmento dos idosos e fundamentarmos as ações governamentais em um patamar de promoção da saúde, amplamente aceito como de excelência, para prevenir e promover as questões ligadas à saúde coletiva, além de proporcionarmos economia significativa dos recursos públicos com gastos ligados à medicina curativa, respeitaremos o direito da pessoa idosa aos serviços públicos que devem ser de qualidade, modificaríamos a forma como se vê a pessoa idosa, passando de um modelo baseado na doença, para um modelo baseado na prevenção e manutenção de condições ideais de saúde.

Portanto, com este entendimento, as doenças passam a ser interpeladas previamente pelas ações dos programas públicos.

Neste cenário, próximo ao que poderia ser considerado excelente, seriam inúmeras possibilidades sob o olhar de outras ações fundamentais das políticas dos governos, a principal: ao sistema de gestão público, seriam as ações ligadas aos programas que criariam um estado positivo nas ações das políticas públicas.